Erguido no morro de São Bento, no centro histórico da cidade, é um dos principais monumentos de arte colonial da cidade e do país.
História
O Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro foi fundado por monges beneditinos vindos da Bahia em 1590. O mosteiro ainda funciona como tal, existindo a seu lado um dos estabelecimentos educacionais mais importantes e tradicionais do Rio de Janeiro, o Colégio de São Bento; fundado em 1858, que formou uma parte considerável de personalidades brasileiras, como Pixinguinha, Benjamin Constant, Noel Rosa, Antônio Silva Jardim, Villa-Lobos, e outros.
Arquitetura
A história do mosteiro começa em 1590, quando foi dado aos monges beneditinos do Rio de Janeiro um vasto terreno que inclui o atual morro de São Bento. Os planos do edifício foram traçados em 1617 pelo engenheiro militar português Francisco Frias de Mesquita, segundo a estética maneirista despojada (chã) vigente em Portugal naquele período. As obras da igreja do mosteiro só começaram em 1633, pela capela-mor, e terminaram aproximadamente em 1671. O projeto original foi alterado durante a construção pelo arquiteto Frei Bernardo de São Bento Correia de Souza, com a igreja passando de uma a três naves.
Detalhe de uma pintura de 1841 do francês Jules de Sinety mostrando o porto do Rio e o Mosteiro de São Bento sobre o morro.
A fachada é a do projeto original maneirista, com um corpo central com três arcos de entrada e um frontão triangular. Flaqueiam a entrada duas torres coroadas por pináculos piramidais. Passando os arcos de entrada se encontra uma galilé com azulejos e portões de ferro do século XIX. O mosteiro anexo à igreja só foi concluído em 1755, com a construção do claustro, projetado pelo engenheiro militar José Fernandes Pinto Alpoim.
Interior
O interior da igreja é riquíssimo, totalmente forrado com talha dourada que vai do estilo barroco de fins do século XVII ao rococó da segunda metade do século XVIII. O primeiro escultor ativo na igreja foi o monge português Frei Domingos da Conceição (c. 1643 - 1718), que desenhou e esculpiu parte da talha da nave e capela-mor (a da capela foi substituída depois). São suas as magníficas estátuas da nave de São Bento e Santa Escolástica e, no altar-mor da igreja, a Nossa Senhora de Montserrat (titular da igreja), além de outras obras. A partir de 1714 seu projeto foi seguido pelos entalhadores Alexandre Machado Pereira, Simão da Cunha e José da Conceição e Silva, que entalharam a maior parte da talha da nave e várias imagens.
Entre 1789 e 1800 trabalhou na igreja um dos grandes escultores do rococó do Rio de Janeiro, Inácio Ferreira Pinto. Mestre Inácio refez a capela-mor (1787 - 1794), preservando, porém, detalhes anteriores como as telas sobre a vida de santos beneditinos, as quais haviam sido pintadas entre 1676 e 1684 pelo monge alemão Frei Ricardo do Pilar. A bela capela rococó do Santíssimo Sacramento (1795 - 1800) é também obra de mestre Inácio. Os lampadários junto à capela-mor foram projetados e executados entre 1781 e 1783 por Mestre Valentim. Na sacristia do mosteiro está a obra-prima do pintor Frei Ricardo, uma tela representando o Senhor dos Martírios, pintada cerca de 1690.
Dentro da igreja existem ainda sete capelas laterais de irmandade: Capela de Nossa Senhora da Conceição (Concepção), Capela de São Lourenço, Capela de Santa Gertrudes, Capela de São Brás, Capela de São Caetano, Capela de Nossa Senhora do Pilar e Capela de Santo Amaro.
Atualmente existem visitas monitoradas à igreja, onde são apresentadas e explicadas as obras, as imagens, as talhas e os estilos arquitetônicos, entre outros.
Abades
O abade atual é D. Roberto Lopes, OSB.
A missa dominical
A tradicional missa dominical do Mosteiro de São Bento, celebrada com canto gregoriano, única na capital fluminense, atrai muitos visitantes. É um evento que faz parte do roteiro turístico da cidade; tão concorrido que se recomenda a chegada com cerca de trinta minutos de antecedência. Também apresentam-se regularmente no Mosteiro orquestras e grupos de música de câmera.
Fonte: pt.wikipedia.org